domingo, 30 de agosto de 2015

Aumenta o número de casos de mormo no Brasil - 27/04/2014

Doença, que já foi restrita ao Nordeste, atinge hoje 13 estados. 
Criadores questionam exames recomendados pelo Ministério da Agricultura.


O mormo é uma doença silenciosa que atinge cavalos. O número de casos vem aumentando no Brasil. Para identificar a doença nos animais dois exames são recomendados pelo Ministério da Agricultura, mas eles estão sendo questionados na justiça por um criador de Jundiaí, em São Paulo.
O criador Marcelo Malzone já perdeu a conta de quantos títulos os cavalos dele ganharam em competições no Brasil e no exterior. Há 40 anos ele cria animais da raça brasileiro de hipismo em Jundiaí, em São Paulo.
Ele vende embriões e potros, mas há um ano, nenhum cavalo entra ou sai da propriedade, que está interditada por ser considerada um foco de mormo. Quatro animais tiveram que ser sacrificados.
“Meu prejuízo foi de um milhão, dos próprios animais, mais todos o resultados que esses animais dariam ao longo de todos esses anos com venda de embriões”, declara Malzone.
A doença não tem tratamento. Os animais infectados têm que ser sacrificados. O mormo é causado pela bactéria burkholderia mallei e atinge os cavalos, jumentos, burros e mulas.
Os sintomas são febre alta, tosse e secreção nasal. Podem aparecer também nódulos no nariz e nos pulmões dos animais, além de feridas nos membros. A transmissão acontece através de secreções dos animais doentes que contaminam principalmente os  bebedouros. O mormo é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitido ao homem. Tanto em animais quanto em humanos pode levar à morte.
Desde que teve a propriedade interditada, Marcelo Malzone vem travando uma batalha judicial. Ele questiona os exames utilizados pelo Ministério da Agricultura. “Dos animais que apresentaram resultado positivo nos exames, nenhum apresentava sintoma. O problema não é do sacrifício. Agora, você não pode sacrificar um animal que não tem nada”, afirma o criador.
O teste que identifica o mormo é chamado de "fixação de complemento" e detecta os anticorpos contra a doença no soro do animal.  Ele é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal.  Quando o resultado é positivo ou inconclusivo, deve ser feita uma contra-prova - o teste de maleína.
Para o veterinário da propriedade, o primeiro teste, o de fixação de complemento, não é preciso.
“Ele pode estar contaminado com alguma outra bactéria, que faça com que tenha essa produção de anticorpo, mas não significa que o animal está contaminado com a bactéria do mormo em si. Então a produção de anticorpo vai ser feita pelo animal, o exame vai detectar esse anticorpo, mas isso não caracteriza o animal com a bactéria”, explica Werner Riekes, veterinário.
Uma das éguas da propriedade, que é reprodutora, já passou por três baterias de exames junto com todo o plantel. Nos dois primeiros, o resultado foi negativo, mas no último exame, deu positivo para mormo.
Ela deveria ser sacrificada, mas Marcelo Malzone chegou a conseguir na justiça uma liminar para fazer outro teste de contraprova no exterior, em vez do exame de maleína.  “No sentido de poder fazer o exame de PCR, que é o único exame que de fato identifica a bactéria mallei, que é bactéria do mormo”, afirma.
Depois que o Globo Rural entrevistou o criador, a liminar foi derrubada. A coordenadoria de defesa agropecuária de São Paulo informou que vai fazer os  procedimentos necessários para sacrificar o animal. A produção do programa tentou novamente um contato com Marcelo Malzone, mas ele está fora do país, e a família ainda não sabe dizer quais serão os próximos passos.
Casos de mormo também foram notificados no regimento de Polícia Montada Nove de Julho, em São Paulo. O batalhão ficou interditado por oito meses. Vinte e dois cavalos foram sacrificados, 17 só no mês de fevereiro.
“Um animal que estava com seu policial há cinco ou seis anos de trabalho, é como se fosse um filho, então, quando chega a notícia que eu vou ter que sacrificar um, dois, dezesseis animais, realmente é impactante”, declara o tenente Rafael Silva Gouveia.
Os cavalos abatidos na Polícia Militar de São Paulo também não tinham sintomas da doença. “Começou com o teste da fixação de complemento, que é um exame de sangue, e a complementação deste teste com o exame da maleína. Este teste é muito contestado, não só aqui. Depois que começamos a passar pelo problema vimos que no Brasil esse teste é muito contestado”, conta o tenente.
A interdição só acabou depois que todos os cavalos passaram por duas rodadas de exames de mormo com resultados negativos. Pra entender como é feito o diagnóstico do mormo, o Globo Rural esteve em um dos laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura em São Paulo.
Todos os dias amostras de sangue vindas de todo o país chegam principalmente pelo correio. São feitos em média três mil testes de fixação de complemento por mês. O resultado sai em 24 horas.
A veterinária Claudia Kerber, responsável pelo laboratório, defende o exame. “Todos os testes tem limitações. O teste de fixação de complemento é um teste famoso, porque ele não dá falso positivo. Falso positivo aqui nesse laboratório é um falso positivo pra cada cinco mil exames. O defeito é que ele deixa passar alguns animais que são positivos e que o exame não detecta”, declara.
A veterinária afirma ainda que o teste não dá reações cruzadas com outras bactérias e explica por que muitos cavalos sacrificados não tem sintomas de mormo. “Você olhar para o cavalo e saber que ele tem mormo, não é uma coisa muito comum. Dificilmente você vai ver um cavalo adoecer e morrer rapidamente. O que acontece é que o cavalo geralmente desenvolve o que a gente chama de doença na forma crônica. Ele fica tendo alguns sintomas tipo, uma febre, alguma coisa que se assemelha a uma gripe, alguma pneumonia que foi tratada. Ele permanece um tempo bem e dali um tempo ele tem de novo aquele sinal”, informa.
Em Brasília, Egon Vieira da Silva, chefe da divisão de sanidade dos equídeos do Ministério da Agricultura diz que o teste de fixação de complemento vai continuar a ser usado para identificar os casos de mormo. Mas anuncia que em breve, o exame de contra prova, o de maleína,  será substituído.
O Ministério tem procurado técnicas com maior sensibilidade, especificidade. Provavelmente sendo substituído numa revisão da norma, a ser publicado até final de maio deste ano agora, pela técnica de western blotting.  Que é uma metodologia muito mais sensível para o diagnostico do mormo.
Enquanto a mudança não acontece, a preocupação é com o controle da doença. Antes só registrada no nordeste agora também atinge estados no Norte e no Sudeste. O número de casos vem crescendo. Em 2012, foram 76; no ano passado, 114.
“O problema é que o equídeo ele circula, principalmente equídeo de esporte, circula no Brasil inteiro, e existe um aumento muito grande desses esportes com este tipo de animal. O que se exige hoje é que onde tem aglomeração de equídeos, é que todos animais participantes tenham um resultado negativo de teste de fixação para o mormo. A forma que a gente tem de minimizar a propagação da doença”, diz. A doença só é transmitida para os humanos quando há contato direto com feridas ou secreções. Por isso, é importante usar luvas para tratar de animais com suspeita de mormo.


Caso de mormo provoca suspensão de competição com cavalos no RS - G1 03/06/2015

Ocorrência da doença foi constatada em Rolante, no Vale do Paranhana.
Etapa do Freio de Ouro em Santo Ângelo foi adiada devido à enfermidade.

Do G1-RS.  03/06/2015

A Secretaria da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul confirmou um caso de mormo em um cavalo em Rolante, no Vale do Paranhana. Com isso, a pasta irá adotar medidas para prevenir e controlar a doença, que é infecciosa. A constatação do foco ainda provocou alteração no calendário do Freio de Ouro, tradicional competição entre os cavalos crioulos.
A etapa de Santo Ângelo, que começaria nesta quarta (3), foi cancelada. O transporte de equinos fica suspenso para evitar a propagação da doença. O evento ficou reagendado para acontecer entre os dias 2 e 5 de julho.
O mormo é uma doença silenciosa que atinge cavalos. Os sintomas são febre alta, tosse e secreção nasal. Podem aparecer também nódulos no nariz e nos pulmões dos animais, além de feridas nos membros. A transmissão acontece através de secreções dos animais doentes que contaminam principalmente os  bebedouros. O mormo é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitido ao homem. Tanto em animais quanto em humanos pode levar à morte.
Em caso de suspeitas da doença, o produtor ou criador deve notificar o caso  imediatamente às autoridades, para que sejam adotadas as medidas sanitárias pertinentes.
Abaixo, a nota emitida pela Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária:
"Tendo em vista a detecção de um equino positivo para Mormo no município de Rolante, no Vale do Paranhana no Rio Grande do Sul, a Coordenação Estadual do Programa Nacional de Sanidade de Equídeos, da Divisão de Defesa Sanitária Animal do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), com objetivo de sanear o foco e impedir a disseminação da enfermidade, está adotando as medidas de defesa sanitária animal em consonância com as ações de prevenção e controle de Mormo, previstas na Instrução Normativa nº 024 de 05/04/2004, publicada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA.
Mormo é uma enfermidade de equídeos que causa febre, úlceras na mucosa nasal, descarga nasal purulenta ou sanguinolenta, abscessos nos linfonodos e dispnéia. É uma das doenças de Notificação Obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial conforme a Instrução Normativa/MAPA nº 50 de 24/09/13, doença infecciosa que acomete equídeos e trata-se de importante zoonose.
Portanto, toda suspeita de mormo deve ser notificada imediatamente a SEAP, através de suas Inspetorias de Defesa Agropecuária para que sejam adotadas as medidas sanitárias pertinentes.
Em caso de dúvidas o produtor ou criador pode consultar a IDA de seu município, a lista com as IVZ responsáveis pelos municípios com telefone e endereço está disponível no site da Secretaria da Agricultura e Pecuária"
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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Suspeita de Mormo em Humano no Rio Grande do Sul

Jovem de 19 anos, foi internado na segunda-feira, dia 17/08/2015, com suspeita de ter contraído a doença. na Santa Casa de Santana do Livramento (RS).
A suspeita se deve ao surgimento de animais detectados com mormo desde de Junho desse ano no estado. Os exames do jovem apresentam uma grande alteração nos glóbulos brancos, indicando desta maneira uma infecção bacteriana, não sendo descartada a possibilidade do jovem ter contraído o mormo, como afirma o diretor do hospital Antônio Cabrera ao G1 no dia 21/08/15.

Confiram a reportagem no link:
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/08/hospital-suspeita-de-caso-de-doenca-do-mormo-em-humano-no-rs.html


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infecto-contagiosa que acomete equídeos e tem como agente etiológico a bactéria Burkholderia mallei; pode também ser contraída por outros animais como o cão, gato, bode e até o homem. Esta enfermidade é conhecida a vários séculos e no anos de 1968, foi considerada extinta no Brasil. No entanto, estudos sorológicos realizados nos anos de 1999 e 2000 detectaram a presença da doença em alguns estados donordeste brasileiro. Já nos Estados Unidos e na Europa, esta doença foi erradica; na África e Ásia frequentemente é diagnosticada.
A infecção por esta bactéria se da através do contato com fluídos corporais dos animais doentes, como: pús, urina, secreção nasal e fezes. Este agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (através de alguma lesão), alcançando a circulação sanguínea, indo alojar-se em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. Esta bactéria possui um período de incubação de aproximadamente 4 dias.
Esta doença pode apresentar-se na forma aguda ou crônica, de modo que a primeira é mais comum nos asininos e muares e a segunda, em equinos. Na forma aguda, os sintomas apresentados pelos animais são: febre, prostração, fraqueza e anorexia; surgimento de pústulas na mucosa nasal que viram úlceras profundas que geram uma descarga purulenta, tornando-se sanguinolenta posteriormente; formação de abscessos nos linfonodos/">linfonodos, podendo comprometer o aparelho respiratório surgindo dispnéia. Já a forma crônica localiza-se na pele, fossas nasais, laringe,traquéia, pulmões (evolução mais lenta do que a aguda); a localização cutânea pode ser similar à aguda, no entanto mais branda.
O diagnóstico pode ser feito através de técnicas diretas, através do isolamento bacteriano e inoculação em cobaias, e pode também, ser feito através de técnicas indiretas, como pesquisa deanticorpos através da fixação do complemento e ELISA.
O tratamento não é indicado, pois os animais permanecem infectados por toda a vida, tornando-se fontes de infecção para outros animais. Porém, quando é realizado, recomenda-se o uso de produtos a base de sulfas, em especial, sulfadiazina durante 20 dias.
O controle do mormo é baseado no isolamento da área que contém animais doentes, sacrifício destes animais positivos, isolamento e reteste dos suspeitos, cremação dos corpos dos infectados, desinfecção das instalações e todo o material que entrou em contato com os doentes. Deve também ser feito um rigoroso controle do trânsito de animais entre os estados e internacionalmente, com apresentação de resultados negativos de testes realizados até, no máximo, 15 dias antes do embarque dos animais.
Fontes: 
http://www.vallee.com.br/doencas.php/3/48
http://www.mgar.com.br/zoonoses/aulas/aula_mormo.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mormo
http://www.saudeanimal.com.br/mormo.htm
http://www.defesaagropecuaria.al.gov.br/sanidade-animal/mormo
http://nrce.nic.in/resach.htm

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Mormo ou Lamparão, como é conhecida em alguns locais, é uma doença infectocontagiosa, causada por uma bactéria, que acomete mais os cavalos, burros e mulas, mas ocasionalmente, pode acometer ovelhas, cabritos e em alguns casos cães e gatos, quando estes tem contato com cavalos. Um dos grandes problemas que esta doença causa é de poder ser transmitida ao homem, desta maneira, pessoas que tem contato com cavalos devem tomar cuidado redobrado.
Os animais portadores desta doença podem apresentar sinais clínicos diferenciados, o que vai depender da fase em que se encontrarem da doença, podendo apresentar corrimentos nasais, nódulos por todo o corpo e catarro abundante. Na fase inicial da doença estes animais podem apresentar Febre, Fraqueza, Desânimo, Feridas nas Narinas, que em seguida podem aumentar de tamanho com um líquido amarelado e em algumas vezes contendo inclusive sangue, além de apresentarem Respiração Irregular.
Algumas medidas simples podem ser feitas para evitar que trabalhadores adquiram a doença, como por exemplo evitar o contato com as secreções de possíveis animais portadores da doença, assim como evitar também o acúmulo de fezes nas baias e cocheiras.




Em breve mais informações.
Participem, deixando sua opinião e dúvidas!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Significado de Mormo, segundo o dicionário Michaelis:

Doença infecciosa do gado cavalar e asinino, que ocasiona inflamação da membrana pituitária, com corrimento de pus pelas vias nasais.